A China anunciou que tinha concluído o desenho de "linhas vermelhas" de proteção ecológica em todo o país, que demarca nada menos que 25% de sua área terrestre para proteção ambiental.
A área de proteção designada cobre as principais zonas ambientalmente funcionais, regiões ecologicamente sensíveis e vulneráveis, além de regiões vitais para a biodiversidade.
Xinhua/Tao Liang | ||
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Foto aérea tirada em 7 de julho de 2021 mostra a Reserva Natural Nacional de Caohai no distrito autônomo de etnias Yi, Hui e Miao de Weining, na Província de Guizhou, sudoeste da China. |
Como uma das inovações institucionais da China para a conservação ecológica, uma estratégia foi introduzida numa diretriz nacional em 2017 para fomentar uma civilização ecológica.
LINHA DE VIDA PARA SEGURANÇA ECOLÓGICA
Conforme definido pela diretriz, uma zona de linha vermelha de proteção se refere a uma área com funções ecológicas cruciais e deve ser estritamente protegida.
As linhas vermelhas são "linhas limites e linhas de vida" para garantir a segurança ecológica da China, segundo a diretriz.
O documento observa que as zonas de linha vermelha incluem áreas com funções de nutrir nascentes, proteger a biodiversidade, conservar a água e o solo, solidificar a areia do deserto e estabilizar a ecologia costeira. Também inclui regiões ecologicamente sensíveis e vulneráveis que sofrem com a erosão do solo e desertificação.
A China tem enfatizado a estratégia da linha vermelha em muitas ocasiões e a incorporou em seu 14º Plano Quinquenal.
De acordo com o plano de desenvolvimento, traçar linhas vermelhas faz parte do trabalho para melhorar a rede de barreiras de segurança ecológica do país. Também busca o lançamento de uma campanha nacional de reflorestamento e implementar um esquema de "chefes florestais".
O QUE FAZER E NÃO FAZER
A diretriz exige uma regulação e gestão rigorosa dessas linhas vermelhas. Insta as autoridades locais a adotar medidas direcionadas de proteção e restauração de acordo com as condições ecológicas locais e priorizar os habitats das espécies importantes em implementação.
As atividades de desenvolvimento e construção são proibidas nas áreas da linha vermelha, se prejudicarem a ecologia local, diz a diretriz. Também proíbe mudanças arbitrárias no uso da terra.
Xinhua/Yang Shiyao | ||
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Foto aérea tirada em 27 de junho de 2021 mostra a paisagem do Parque Florestal Nacional de Saihanba em Chengde, na Província de Hebei, no norte da China. |
As linhas vermelhas se concentram nas regiões ecologicamente sensíveis e vulneráveis da China, incluindo o Planalto Qinghai-Tibet, as Montanhas Qinling e as bacias dos rios Amarelo e Yangtzé.
Como a maior área funcional ecológica do norte da China, a Região Autônoma da Mongólia Interior designou mais da metade de sua área de terra como zonas da linha vermelha de proteção ecológica.
Essas zonas de 596.900 quilômetros quadrados incluem pastagens, florestas e pântanos, de acordo com o departamento de recursos naturais da região.
Rica em recursos naturais, a Mongólia Interior estabeleceu 182 reservas naturais de vários níveis e planejou estabelecer 24 projetos de remediação de terras e restauração ecológica para aumentar a capacidade de sumidouro de carbono e o valor ecológico dos recursos.
MELHORIA DA BIODIVERSIDADE
O país está criando um sistema de parques nacionais para proteger os ecossistemas e animais ameaçados de extinção. Assim, foram pilotados dez parques nacionais, incluindo parques nacionais para pandas gigantes e tigres siberianos, com a área total de experimento passando dos 220 mil quilômetros quadrados.
Segundo um livro branco divulgado recentemente pelo Departamento de Comunicação do Conselho de Estado, a China tinha estabelecido cerca de 10 mil áreas protegidas de todos os tipos, que representam cerca de 18% da área total de terra do país.
O sistema de áreas protegidas bem planejado colocou sob proteção eficaz 90% dos tipos de ecossistemas terrestres e 71% das principais espécies de vida selvagem protegidas pelo Estado.
Xinhua/Li Yibo | ||
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Foto tirada em 28 de maio de 2021 mostra um panda gigante em um parque científico dedicado à proteção de animais selvagens no distrito de Zhouzhi de Xi'an, na Província de Shaanxi, noroeste da China. |
Graças aos esforços persistentes do país na proteção da biodiversidade e restauração ecológica, as populações de várias espécies raras e ameaçadas de extinção têm se recuperado gradualmente. O número de tigres siberianos, elefantes asiáticos e íbis-de-crista aumentou rapidamente.
Espécies raras e ameaçadas de extinção, como o panda gigante selvagem, o antílope tibetano e o cervo Milu, vivem em ambientes melhorados. O panda gigante agora está fora da lista de animais em perigo de extinção, com 1.800 deles vivendo atualmente em ambiente selvagem, informou o ministério.
China se torna forte apoiadora e contribuinte para agenda global de biodiversidade, diz funcionária da ONU
A China apoiou e contribuiu muito para proteger a biodiversidade e sua filosofia de civilização ecológica é "fundamental para que todos os países alcancem os objetivos globais da biodiversidade", disse uma funcionária da Organização das Nações Unidas.
"A civilização ecológica é um conceito interessante. E por que interessante? Porque está olhando para a relação entre a sociedade e a natureza", disse Elizabeth Maruma Mrema, secretária executiva da Convenção sobre Diversidade Biológica.
O conceito demonstra "a tendência predominante da biodiversidade entre setores e entre departamentos, o que também é fundamental para que todos os países alcancem os objetivos globais da biodiversidade", disse ela à Xinhua em uma entrevista.
Mrema se encontra na China para participar da 15ª reunião da Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP15), na cidade de Kunming, no sudoeste da China.
Com o tema "Civilização Ecológica: Construir um Futuro Compartilhado para Toda a Vida na Terra", o encontro é a primeira conferência global convocada pelas Nações Unidas sobre o tema da civilização ecológica.
Durante a primeira parte da reunião inaugurada em 11 de outubro, os participantes reviram o "quadro global de biodiversidade pós-2020" para desenhar um plano para a conservação da biodiversidade no futuro. A segunda parte, a ser realizada em forma presencial no primeiro semestre de 2022, verá negociações amplas e aprofundadas em direção a um quadro ambicioso e prático.
Xinhua/Chen Xinbo | ||
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Foto tirada em 9 de outubro de 2021 mostra voluntárias tirando selfies no centro de mídia da 15ª reunião da Conferência das Partes da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica (COP15) em Kunming, Província de Yunnan, no sudoeste da China. |
"Esse quadro substituirá as Metas de Biodiversidade de Aichi, que nortearam nossa implementação nos últimos 10 anos", disse ela.
Nas últimas décadas, "a China tem sido uma forte apoiadora e contribuinte para a agenda global da biodiversidade", disse ela.
Mrema mencionou que a China está entre os primeiros países a se tornar parte da Convenção sobre Diversidade Biológica. Também ratificou dois protocolos para a convenção, a saber, o Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança e o Protocolo de Nagoya sobre acesso e compartilhamento de benefícios.
Xinhua/He Yougang | ||
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Foto aérea tirada em 13 de agosto de 2021 mostra uma manada de elefantes asiáticos selvagens no distrito de Mojiang de Pu'er, Província de Yunnan, sudoeste da China. |
Além disso, "a China tem sido um dos maiores países doadores para o orçamento central da convenção e dos protocolos, particularmente desde 2019", indicou Mrema.
Oferecer-se para sediar a conferência COP15 é "uma demonstração clara da liderança e compromisso da China com a biodiversidade", comentou.
Mrema também reconheceu os esforços de restauração que a China tem realizado nas últimas décadas para proteger e conservar a biodiversidade, dizendo que os esforços representam claramente um bom modelo para o trabalho futuro, que também pode ser emulado e aprendido por outros países.
"O governo chinês continuou a aplicar uma abordagem de longo prazo para deter e reverter a perda da biodiversidade com múltiplas equipes disciplinares que podem oferecer soluções baseadas em evidências para enfrentar complexidades econômicas sociais e podem fornecer direções políticas inclusivas e acessíveis, incluindo a política de linha vermelha ecológica, que permitirá construir um ambiente resiliente, capaz de se adaptar a impactos e choques futuros", afirmou.
"E a noção chinesa de unidade, entre natureza e homem, esperamos, será um bom exemplo para outros países seguirem ou imitarem", acrescentou.
Falando dos desafios em termos de biodiversidade, Mrema disse que a atual pandemia da COVID-19 é "uma das grandes", que afetou tanto a nossa saúde quanto a biodiversidade.
Chen Xinbo/Xinhua | ||
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Foto tirada em 9 de outubro de 2021 mostra a entrada do centro de mídia da 15ª reunião da Conferência das Partes da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica (COP15) em Kunming, Província de Yunnan, no sudoeste da China. |
Um relatório da ONU divulgado em 2019 identificou cinco fatores diretos de perda de biodiversidade, como mudança no uso do mar e da terra, exploração direta de organismos, mudanças climáticas, poluição e espécies não nativas invasoras.
Para evitar a perda da biodiversidade, disse Mrema, o mundo inteiro deve efetivamente proteger mais terras e oceanos, garantir o consumo e a produção sustentáveis, garantir que todas as partes estejam engajadas na proteção da natureza e melhorar a cooperação entre os governos e todas as partes envolvidas.
"Somos responsáveis por tomar realmente as ações transformadoras para garantir essa relação harmoniosa com a natureza. E, portanto, nossa relação com a natureza precisa mudar", disse ela.
Bei He/Xinhua | ||
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Foto aérea tirada em 26 de julho de 2021 mostra um rebanho de gado na pastagem Wulanmaodu, em Horqin, Região Autônoma da Mongólia Interior, no norte da China. |